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Às vezes acontece…

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E de repente virou amor, depois de tanto tempo, de tudo tão estabelecido em nossas vidas, eu me vi te amando. Me pergunto como aconteceu? Por que aconteceu? Não fazia parte dos planos, o combinado era você vir, me dar prazer e ir, como se fôssemos dois estranhos, repetindo o mesmo ato ensandecido pós bebedeira que nos uniu. Mas você resolveu ser gentil, se preocupar, me dar carinho, colo, você virou meu amigo, meu amigo!. E com isso, você mostrou o que de melhor tinha dentro do seu coração e começou a fazer meus dias mais leves e meu sorriso se entregou para você com uma facilidade assustadora. Mas como Rainha de Espadas que sou, eu racionalizei tudo o quê estava acontecendo do alto do meu trono com extrema segurança e a arrogância que eu jamais me deixaria levar. Mas a cabeça não manda quando a alma vibra, e num misto de dor/amor e desprezo por você ser tão bom comigo eu concluo que está na hora de você ir. Vá e me deixe aqui no meu mundo, que ele é de pedra e seguro. Vá e leve consigo todos os meus gozos e suspiros. Te arranca da parede e do meio da minhas pernas. Leva seu cheiro, seu corpo que tanto me pesa nessa hora e essa presença invisível que ronda pela minha casa como um mal olhado que me deseja, leva tudo de bom que você tem, porque não é para mim, nunca foi e nunca será, e pelo menos com relação a isso eu ainda consigo pensar.

Postado ao som de Massive Attack – Teardrop

Para escrever

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Para escrever eu preciso que minha insanidade esteja latente, preciso transpirar loucura por todos os póros e almoçar pensamentos obsessivos com direito a uma taça de alucinações. Para escrever preciso me sentir triste, despedaçada, chorosa como o trompete de um jazz, vendo a vida em cinza, me afogando num copo de uísque e desejando ópio. Para escrever preciso sentir raiva, daquela corrosiva, aquela que deseja vingança e sangue espirrado pelas paredes brancas, ossos quebrados e supercílios expostos. Para escrever preciso sentir medo, chorar baixinho sozinha no escuro, sentir a espinha arrepiar por algo que nem está ali, preciso me sentir alerta, com os sentidos batendo, preciso escutar o “corra!! corra antes que seja tarde”. Para escrever eu preciso estar lasciva, com os dedos conectados ao meu corpo, com a cabeça delirando de tesão e os orgasmos sendo pintados pela casa. Para escrever preciso sentir fome, fome de carinho e contato, desesperada por um bocado de amor, ávida por fluídos, esfomeada por um olhar, faminta por um abraço. Para escrever preciso sentir fé, sentir que a montanha irá se mover, que o camelo irá passar, que o cego irá enxergar e os mortos, todos os mortos sem exceções, irão ressuscitar. Para escrever eu preciso me sentir lixo, gente bonita, ser outros, me sentir nele, ela, ser multidão ou pó. Para escrever eu preciso ser desgraça, navalha cortando a carne, a bílis sendo vomitada, juntamente com toda a minha podridão. Para escrever eu preciso também amar muito e profundamente, assim como, ser solidão, bondade e sorriso. Enfim, para escrever é preciso vida e uma dose de desinibição acompanhada de uns bons cigarros e coragem, pois preciso me despir… afinal… só estando nua que posso ser lida.

Postado ao som de Miles Davis – It Never Entered My Mind

Quando a chuva vem

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Há dias está ventando forte, um vento que exige que todas as portas e janelas permaneçam fechadas, nada entra, nada sai. Há dias a tempestade ameaça cair, pesada e destruídora, daquelas que promete devastar tudo o que está no caminho, porém, só no horizonte ela passa, não causa nenhum mal, só aflige. Há dias os dias e noites estão carregados de nuvens carregadas, com todas as tonalidades de cinza da minha pequena aquarela, como pensamentos perturbadores e obsessivos as nuvens estão ali estáticas, impassíveis mesmo com a ventania que por terra se agitava. Há dias tudo parece que vai desabar, ruir, morrer, mas hoje amanhaceu chovendo, uma chuva branda e contínua que já perdura há horas. Uma chuva daquele tipo que lava todas as coisas abaixo desse céu que além de azul, estrelado, dourado e perfeito, também consegue ser tão assustador. Por isso, é preciso sempre se deixar chover, pois quando a chuva vem, o ar limpa, a alma lava, e a vida se manifesta, mais pulsante, clara, verde e vermelha.

Postado ao som de Criolo – Ainda Há Tempo

Eu

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Um baseado, quatro doses de uísque com três pedras de gelo, muitos cigarros. Todos os personagens e eu. Eu de esposa, de amiga, eu só. Ele casado, eu amante, gozo. Ela que me ama, eu usando, mais gozos. Eu sábia, fútil. Santa, bêbada e puta. Eu raiva, inveja, luxúria. Algumas cervejas para acompanhar outra dose. Eu compreendendo tudo, eu desejando que tudo vá para puta que pariu. Eu o amando, ele não. Eu lasciva, drogada, abstênia. Eu pensadora, inteligente, estúpida.  Eu confiança, eu desprezível. Eu querendo que a vida acabe, que a noite não termine, que o dia continue. Eu acordando numa cama desconhecida, na nossa, não dormindo. Eu te fazendo mal, ela indo embora, eu medo. Nós felizes, eu plena, eu depressiva. Livros, poemas, filosofia. Amigos, família, solidão. Eu ódio que corrói, amor que cura. Eu me vingando, baixa, em paz. Outra dose para matar a insônia. E lá vem ele de novo, de mãos dadas com ela, lindos, sangue e sorrisos, apago  é demais até pra mim. Acordo de ressaca e acompanhada d’eu com eu e todos os outros eus que são eu.

Postado ao som de After Dark – Tito & Tarantula

Catarse

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Cara Amiga,

Sei que faz tempo que não nos falamos e imagino que tenha estranhado meu silêncio. Na verdade não sei. Nossos últimos momentos juntos foram tão silenciosos que não tenho mais certeza dos seus sentimentos por mim. Decidi quebrar meu voto de não-comunicação para esclarecer algumas coisas e poder (podermos, se é que esta carta pode lhe servir de alguma ajuda) continuar minha jornada sem mais mágoas e situações deixadas em aberto.

Por anos, mesmo antes de te conhecer naquela noite, senti um estranhamento pessoal com certas situações e comportamentos que se se repetiram inúmeras vezes em nossa conturbada relação – isso para não dizer juntos estes sentimentos pesados se amplificaram e ebuliram até o ponto de exaustão que alcançamos.

Primeiro é preciso dizer que não sinto sua falta. Os dias longe de você tem sido de sol, uma felicidade que não conheci antes de você nem muito menos nos dias nublados que passamos juntos. Não tenho saudade da fumaça, do barulho dos carros, das portas fechadas, do choro e do silêncio ressentido por entre roupas sujas. Faço questão de apagar sempre que posso cada dia dos ultimos anos.

Com isso fora do caminho fica mais simples dizer que hoje tenho certeza que nunca te amei. Aqui quarando ao sol consegui expurgar do meu corpo toda e qualquer influência virulenta de sua parte que por muito tempo julgava serem fruto de mim mesmo. Eu não sou a pessoa fraca e impotente que você me fez encenar na triste história da sua vida. Eu não pertenço à sombra que você me colocou na sua rotina burguesa planejada desde criança e nem sou a redenção dos seus pecados. Eu não devo nada a você.

Se no fundo da sua mente manipuladora algum dia eu fui algo diferente disso, me desculpe, mas isso nunca se traduziu em atos.

Creio ser importante deixar explícito o que para mim é óbvio: você me tratou como lixo, assim como trata todas as pessoas a sua volta. A sua dita “superioridade intelectual” não te faz nada mais do que uma grande fiha-da-puta. Além de ser uma vampira você é cruel, e comigo nunca foi diferente. O seu instinto de mulher dominadora farejou em mim toda a gama de aromas de medo e insegurança, e sedenta pelo poder você transformou cada gesto de carinho, cada preocupação sincera, cada pensamento em massa de manobra para o seu grande objetivo: me ter a serviço dos seus caprichos.

Ainda sinto no meio da noite os calafrios que sentia ao receber aqueles olhares cheios de significados. A culpa, as cobranças, a vergonha que você me fez sentir no passado ainda voltam ao meu corpo através de pesadelos sombrios. Infelizmente não há sol que desinfecte os porões de nossa mente.

Acho saudável (pelo menos para mim) finalmente poder admitir sem remorso que se não fosse pela triste ironia do destino que nos uniu, nós nunca teríamos nos conhecido nem mantido qualquer tipo de relação. Se algum sentimento verdadeiro eu tenho por você, é pena. Não concordo mais com sua opinião de vítima das circustâncias, não apoio o seu modo de vida solitário e hipócrita e, muito menos, entendo porque você fez as escolhas que te fizeram a pessoa que você é hoje. Talvez seja porque você é fraca e burra. Simples assim.

Para finalizar gostaria de lhe desejar o melhor em sua vida miserável e lhe informar que, ao contrário do que você tentou me ensinar, eu não tenho mais vergonha de ser o homem que eu sou. Deixo meus pentelhos grudados no sabonete para me lembrar disso todos os dias.

Com carinho, seu filho.

Escrito por Felipe P

Medo

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Muitos anos atrás eu li um livro onde o autor traça um diálogo com Deus, através de perguntas e respostas, e no meio de tantas respostas que Deus deu para ele uma nunca saiu da minha cabeça, a que só existem dois sentimentos que nos norteiam: o amor e o medo, e dos dois surgem todos os outros sentimentos que nós seres humanos podemos sentir.

Sempre concordei que o medo norteia, ou pelo menos assombra, a maioria das nossas decisões, infelizmente, afinal vivemos numa época de egos exaltados e estamos sempre com medo de ferí-los. Passamos a vida tendo medo de coisas irreais, de coisas que nunca vivemos ou evitamos viver. Temos medo de amar, porque tememos o sofrimento. Temos medo de mudar, porque tememos o desconhecido, como se em algum momento tivéssemos controle real de nossas vidas. Temos medo de sorrir, porque tememos parecer bobos ou infantis. Temos medos de falar o que sentimos, porque tememos ser ridículos. Temos medo de terminar relacionamentos, porque tememos a solidão. Temos medo de escolher, porque tememos as consequências. Temos medo de se abrir, porque tememos o buraco que isso pode causar. Temos medo de perdoar, porque tememos parecer fracos. Temos medo do escuro, de fantasmas, de mal olhado e do mal em si. Temos de medo de ter filhos ou de nunca tê-los. Temos medo de morrer sozinhos ou de perder os que amamos para a morte, aliás morremos de medo da morte. Medo de ser o que realmente somos, aquele eu que surge quando ninguém está nos olhando. Medo de sermos julgados, de desagradar, de dizer não, de dizer sim. Temos medo do tempo, que nos atropela e ao mesmo tempo se arrasta. Medo de se arrepender, de falhar, de desistir. Temos medo de doenças e de envelhecer. Temos medo do estranho que de repente se interessa por nós ou do lugar que nos é estranho. Têm dias que temos medo de sair da casa, e, têm pessoas que simplesmente têm medo de viver.

Todavia, num belo dia de sol, numa tarde qualquer, você pode estar à toa andando na rua, seguindo sua rotina e alguém atravessa seu caminho e lhe aponta uma arma, para te tirar alguns trocados na esperança de levar muitos, e nesse momento você vai entender o que é o medo real, vivo, pulsante, expresso em suor, tremor e lágrimas. A partir desse dia, coisas básicas da sua vida serão por um bom tempo aterrorizantes, sua espinha viverá oriçada e sua mente em estado de alerta, concentrada no que está acontecendo naquele momento. E aquela lista de medos ali em cima praticamente se extinguirá, e finalmente você conseguirá entender que o que mais temia é tudo o que você ainda quer ter a chance de viver.

Postado ao som de Ben Howard – Promise

P.S.: para todos que já passaram pelo medo real de perder suas vidas através das mãos e violência de outro ser, que para o sempre o amor seja o norte

Que seja amor

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Que seja amor e não o desprezo. Que seja amor e não a vingança tola. Que seja o amor e não a posse. Que seja o amor e não o interesse vil. Que seja o amor e não o ego ferido. Que seja o amor e não a ganância. Que seja o amor e não a raiva. Que seja o amor e não as feridas. Que seja o amor e não a traição. Que seja o amor e não a vaidade. Que seja o amor e não o rancor. Que seja o amor e não a pequena satisfação de ter. Que seja o amor e não o egoísmo. Que seja o amor e não as palavras vazias. Que seja o amor e não a frieza. Que seja o amor e não a vontade de machucar. Que seja o amor e não irresponsabilidade com o coração alheio. Que seja o amor e não a incapacidade de amar mais. Que seja o amor e não a mesquinharia. Que seja o amor e não a solidão. Que seja o amor e não o vazio. Que seja o amor e somente o amor que ainda te faz permanecer em minha vida.

Postado ao som de The Cure – Pictures Of You

Corra

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Ao me dar tchau pela segunda vez ele disse: “não pare mais, corra, corra”. Havia muito eu tinha suspendido minha vida, e com isso o feri profundamente. Ele sempre esteve no meu lado, contudo, teve que seguir pois eu tinha escolhido parar. Um dia, contido de saudades ou piedade, voltou por instantes para me dar sua voz. Desesperada por vê-lo partir mais uma vez, eu comecei a correr. Corri ainda sangrando e com o corpo pesado, numa tentativa de dilacerar tudo o que existia de podre e fétido dentro de mim. Para cada amarra, cada mágoa, cada arrependimento, um passo. Atrapalhada por voltar a me mover caí diversas vezes. Nos machucados sujos de poeira e sangue eu deixava escorrer em vermelho pardacento os meus pecados, de cor idem eles se misturavam, porém eu os distinguia ao vê-los secos na minha pele, exorcizados de tudo que era de minha alma. Meu pé em dor e carne viva abortava todos meus pensamentos degradantes sobre mim mesma e sobre as coisas que haviam acontecido. Tudo o que me era importante eu tinha perdido ou abandonado, lá atrás, naquele passado belo que fiz questão de esquecer para poder viver no meu presente maldito e sombrio. Ao revê-lo, ele e o passado, fui tomada de cólera por causa dessa consciência funesta que me arremeteu, corri ainda mais. Corri até não ter mais pele, não ter mais sopro, não ter mais pedras. Corri com sua voz me perseguindo “não pare nunca mais”. Corri até me ver gente novamente.

Postado ao som de Bob Marley & The Wailers – Rasta (instrumental version)

Naquele abraço

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Naquele abraço ela levou o que restava de mim, foi um abraço apertado, daqueles que eu tinha me acostumado, forte, intenso, mas daquela vez ele foi devastador, usurpador. Ela me deixou com tudo o que há de contrário ao amor.

Naquele abraço ele me ganhou, o coração dele se fazia sentir no meu peito, os braços dele eram conforto e paz. A cada pulso que eu sentia do corpo quente dele, era como se o meu corpo se preenchesse de um algo que eu não saberia definir, só sabia que era algo magnífico de sentir.

Naquele abraço, acompanhado daquele sorriso lindo, ela me fez sentir a mulher mais feliz e completa. Ela me trouxe amor, vida, sonhos. Naquele abraço fui plenamente ocupada por vontade, uma vontade inexplicável de continuar ali, do lado dela, para sempre.

Naquele abraço ele me deu adeus sem dizer uma palavra, meu coração triste sabia que seria a última vez que eu estaria envolta nele. E realmente foi, e eu aqui fiquei, um pouco mais sem sentido, perdida, absorta num mundo sem muita cor, sozinha.

Naquele abraço ela me trouxe toda sua força, transferiu todo seu amor para secar as minhas lágrimas através de seu corpo inteiro. Eu era dor, desespero, ela fortaleza, carinho, compreensão. Eu era sofrimento, confusão, ela certeza e paixão.

Naquele abraço eu sabia que eu iria machucar alguém que me amava muito para o meu prazer mais animal, eu estava destruindo tudo o que tínhamos para eu poder respirar e sentir novamente, eu já não queria o amor, eu queria tudo o que vem antes e aquele abraço foi minha chance.

Naquele abraço ele me deu de presente meu sorriso novamente, sem nem desconfiar, ele trouxe minha leveza, pedindo desculpas por ser tão intenso, trouxe minha paz, se esquivando na sua agitação, trouxe novamente minha sanidade, junto com a loucura dele, trouxe minha vida, em sua rebeldia, trouxe minha paixão, quando me deu o seu amor.

Naquele abraço minha vida iria mudar, eu sentia no meu íntimo que nada seria como antes, algo nascia, dentro de mim e para mim. Era o recomeço, a nova vida, o novo ser, era uma nova chance e dessa vez eu iria fazer tudo acontecer e jamais iria me perder daqueles braços.

Naquele abraço eu senti raiva, amor, pena, calma, desejo, frustração, agonia, alívio, angústia, sonho, felicidade, tristeza, orgulho, desprezo, nojo, fome, vontade, bondade, ira, asco, alegria, fé. Naquele abraço eu senti tudo, todas as emoções boas e ruins, completas e viscerais, naquele abraço, mais do que nunca, me senti humana.

Postado ao som de Caetano Veloso – It’s a Long Way

Fracassar e continuar

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Chata seria a vida se eu nunca tivesse falhado. Não consigo imaginar o ser humano que eu teria me tornado se eu só tivesse colhido sucessos atrás de sucessos, provavelmente no dicionário estaria meu nome como sinônimo de arrogante.

Exageros à parte, mas sou muito orgulhosa, já fui bem mais, e me sentir fracassada é uma grande lição que aprendi nesses últimos tempos. Tive que encarar o quanto sou falível, que têm coisas que por mais que eu me esforce, queira, deseje, eu simplesmente não vou conseguir, tem dias que vou perder batalhas, tem momentos que vou ter que desistir,  aceitar o fracasso e vou ter que ter forças para continuar.

Eu já me senti fracassada na carreira, no meu relacionamento, nas minhas novas escolhas, por estar aqui, por não conseguir simples coisas do dia a dia, me senti fracassada quando alguma aula que eu dei não deu certo, quando perdi algum aluno, com o meu pai, com a Adri, e assim vai.

Eu demorei para encarar esta sensação de fracasso, demorei para entender que eu não posso tudo, que na vida existe o exterior a mim, e ele eu não posso comandar, e sofri muito nesse processo. Sofri também por me achar uma perdedora, sentimento vil que não deveria nos pertencer. Pois, fracassar é etapa do crescimento, de nos tornarmos mais gente, mais humanos, mais pé no chão e conscientes.

Estou ainda aprendo a levantar a cabeça e seguir, quando a sensação ou a realidade de ter fracassado chega à mim, a única certeza que tenho é que apesar do desânimo, da sensação horrível, a vida segue, e logo ali na esquina o sucesso me espera e me sentirei realizada como tantas outras vezes já me senti, é o ciclo da vida.

Como dizia Gonzaguinha “tem dia que de noite é assim mesmo”.

Postado ao som do DVD do Dazaranha